Aos 14 anos, a gaúcha Alita Porto Reis assumiu a responsabilidade de cuidar de seus oito irmãos e irmãs após a perda de sua mãe. Décadas depois, devido à impossibilidade de engravidar, optou por adotar uma menina chamada Ana Lúcia. Durante esses anos, ela sustentou a família com o dinheiro que ganhava cozinhando pratos alemães e realizando serviços de lavagem e costura de roupas.

No entanto, por volta dos 70 anos, Alita começou a perder sua independência e precisar de ajuda devido à doença de Alzheimer. Com o tempo, ela não conseguia mais realizar atividades como comer, tomar banho e se vestir sozinha. Sua capacidade de reconhecimento também diminuiu consideravelmente. No entanto, nos últimos dias de sua vida, algo surpreendente aconteceu.

“De repente, ela começou a conversar com minha mãe. Lembrava de tudo”, compartilha a neta Samanta. “Minha avó sempre teve uma personalidade forte, mas estava perdendo sua identidade e essência devido à doença. E nos últimos dias, ela recuperou isso.”

Esse retorno foi especialmente significativo para a filha Ana Lúcia. “Ela confortou minha mãe com carinho, disse que tudo ficaria bem em 31 de agosto. Minha mãe chorava muito, não querendo se despedir. No final, ela faleceu exatamente no dia 31 de agosto de 2011. Isso trouxe um grande conforto para minha mãe, permitindo-lhe matar a saudade de sua mãe, sentar e conversar com ela mais uma vez, e se despedir.”